27 de junho de 2011

Rugindo com o Leão: Dorgas, larguei. Agora sou crítico.

Postado por Unknown
Opa, pessoal. Tô de volta aqui ao Programa Sem Nome a convite do Miguel (a programação deve estar muito ruim pra ele me convidar... qqq). Pra quem não sabe, eu já estive aqui antes, mas saí por causa de uns problemas com dorgas, fizeram uma intervenção pra mim, fui pra rehab, fiquei lá um ano... ou não. Sei lá, nem lembro.
Dessa vez, pensamos em fazer um quadro como um... "suplemento semanal cinematográfico".
Antes que você saia por aí perguntando MÁ QUI PORRAÉ ESSA?, eu explico: o Miguel, que sabe que eu sou viciado em filmes, fez uma proposta e eu adaptei. Toda segunda, vou vir aqui nesse espaço comentar sobre uma das estreias da semana, fazendo meio que uma "crítica-crônica". Sei lá se isso vai dar certo. A gente tenta.





Essa semana foi uma merda de estreias. Ia estreiar, no circuito nacional, o filme "A Árvore da Vida", com Brad Pitt e Sean Penn, que ganhou um monte de prêmios no festival de Cannes (pra quem não sabe, é a premiação mais ~cult~ que tem), incluindo o mais famoso, que é a Palma de Ouro. Só que a distribuidora no Brasil - que eu não lembro quem é - achou que a competição com "Kung Fu Panda 2" e "Carros 2" ia ser muito grande.
Relaxa, pode ficar com poker face, ninguém entendeu essa.  Mas o melhor vem agora: eles atrasaram a estreia pro dia 12 de agosto, dia da estreia de "Super 8", e alegaram que "nesse caso, são audiências diferentes".
Peraí... a audiência de um filme ganhador da Palma de Ouro em Cannes é a mesma audiência que vai ver "Carros 2"? Tá bem...
Então eu acabei assistindo "Carros 2" mesmo, em 3D. Confesso que estava ansioso pra assistir, porque sou viciado em animações da Pixar, cresci assistindo e ainda me sinto criança toda vez que vejo uma (tá, tá, eu sei que eu ainda SOU uma criança, mas vocês entenderam q). Não gostei do primeiro "Carros" - junto com "Ratatouille", são os únicos filmes da Pixar que eu não gosto. Mas fui assim mesmo, com a cara e a coragem (sozinho, porque todo mundo ficou com medo de ver esse troço q).
A Disney (pelo menos a sua divisão brasileira) fez questão de deixar todo mundo animado pra assistir "Carros 2": quando as luzes se apagam, vemos um trailer do próximo filme do "Ursinho Pooh", um tanto nostálgico e com a sempre agradável música Somewhere Only We Know, do Keane, no fundo. Depois, uma surpresa pra muitos, mas algo já esperado por outros tantos - o trailer de "O Rei Leão", em 3D, que será exibido nos cinemas, me parece, ainda nesse ano. Cresci assistindo "O Rei Leão", e confesso que arrepiei todos os pêlos do meu corpo (ew). Um trailer do próximo "Transformers" não podia faltar (devo falar sobre ele semana que vem), e por fim, somos agraciados com uma animação com os personagens de "Toy Story" - como que um "gostinho" a mais, depois da difícil despedida que foi o terceiro filme. Por fim, começa a atração principal.
Desde o início, mantém-se a atmosfera divulgada no trailer: são os modelos 2011, novos, dinâmicos, modernos pra caramba. O filme todo faz grandes referências a obras da espionagem, a começar pelo "carro espião" principal, McMissile (ou McMíssil, como preferirem), que é do mesmo modelo usado por James Bond em "Goldfinger", e para fazer jus a isso, a cena inicial é uma transmissão feita ao McMíssil, chamando-o até uma plataforma de petróleo para investigar uma situação um tanto suspeita.
A "logomarca" do filme, toda mecanizada, é um atrativo a parte, que ajuda a entrar no clima moderninho. Só então somos de fato apresentados ao McMíssil, que, utilizando diversos métodos de escape e bugigangas surreais, descobre que há algum plano perverso por trás de uma corrida que ocorrerá em breve, o Primeiro Grand Prix Mundial.
Entram em cena, então, os personagens do filme anterior, Tom Mate - o caminhão-guincho que simboliza o típico "caipira" americano e que ensina às crianças, com um pouco de pieguice, que deve-se aceitar as pessoas como são - e Relâmpago McQueen, o ex-arrogante carro vencedor de corridas ao redor do mundo, que depois de voltar de mais uma vitória (nota: ele dedica o prêmio ao Doc Hudson, personagem que não aparece na trama, em respeito ao ator que o dublou na versão original no primeiro filme. Uma homenagem muito bonita da Disney-Pixar) resolve ficar um tempo quieto na cidade que o acolheu. Mas esse plano é atrapalhado quando Mate o incentiva a participar do Grand Prix Mundial.
É então que os personagens se enrolam com a investigação dos espiões, sempre de um jeito que, se não é inesperado, gera umas boas risadas, até a conclusão, também típica de filmes de espionagem.
No geral, "Carros 2" é um bom filme sim, muito superior ao original. Sente-se que há uma trama mais elaborada agora, que vai além do "o lar é onde se está com quem se gosta" do primeiro filme, recheada de referências ao mundo atual e a outras obras da ficção. Como é típico nos filmes da Pixar, há várias referências aos seus próprios filmes (eu encontrei duas - o filme passando no cinema, "The Incredimobiles", em Radiator Springs, e o restaurante de "Ratatouille", o Gusteau's, quando passam pela França). É divertido também observar o tanto de modelos Fiat 500 na passagem pela Itália, e a caracterização da Rainha Elizabeth da Inglaterra em forma de carro.
"Carros 2" acerta em cheio e compensa por tudo aquilo que o primeiro filme pecou: originalidade, trama, personagens cativantes (e bastante caricatos). Não entra no hall de grandes filmes já produzidos pela Pixar, mas vale o preço do ingresso - vale até o preço do ingresso em 3D, já que a Pixar, como é de costume, não desaponta nem um pouco na animação. Se estiver preso em casa com aquele primo pirralho, pode levá-lo pra assistir: vocês dois vão se divertir.

Por: Leão

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