O chão treme, o mundo cai. Prédios, casas, carros, tudo começa a cair neste buraco. Enormes ondas chegam aqui, no centro do país. O fim do mundo e eu estou aqui, sozinho.
Ela provavelmente deve estar desesperada sem saber para onde correr ou a quem pedir ajuda. Mesmo agora depois de tanto tempo ainda penso nela. Não que eu tenha esquecido das outras depois dela, mas elas apenas não foram tão marcantes quanto Mariana.
Mariana Faria Lopes. Eu fui o primeiro namorado dela e ela minha primeira namorada. Dois tímidos que não sabiam o que fazer. Não durou muito tempo, mas também aparentemente não estava dando muito certo. Ainda me lembro dos beijos, do perfume, olhares. Essa sensação me invade de novo. Tenho sentido isso repetidas vezes faz mais de ano.
Tento procurar um esconderijo, na realidade, um lugar calmo onde tenha tranquilidade, um lugar que fique estável por um bom tempo. Algo difícil de se fazer em um momento crítico como esse. Lojas, supermercados, shoppings, tudo agora começa a ser assaltado. Algo inútil de se fazer.
Ando, melhor, corro até o alto de um morro, mais ao fundo da cidade. O unico lugar vazio e sem confusão por aqui. Mas... não está vazio. Há alguém; alguém que eu não esperaria ver aqui, alguém que sempre esteve em minha mente, seu perfume, seu beijo.
-Mariana?!
-Estava te esperando.
O mundo explodia. O caos se espalhava. E nós, juntos, novamente, esperando que nossa hora algum dia chegasse.
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