No dia seguinte, fui conferir uma das estreias do circuito menor, "Melancolia", do Lars von Trier. A sequência inicial é toda em câmera lenta e mostra várias situações que acontecem enquanto um planeta se choca contra a Terra - e é assim que é entregue uma das premissas do filme.
Tela preta: "Parte 1 - Justine". Justine é uma mulher que acabou de se casar e tem um caso sério de (aparentemente - nunca fica claro se é isso mesmo) depressão. Ela e seu novo marido chegam duas horas atrasados para a recepção do próprio casamento porque a limousine é grande demais para as ruas em que têm que passar.
As disfunções da família de Justine são os poucos elementos que quebram a tensão na história pesadíssima da mulher que não consegue ficar feliz na noite do próprio casamento. Ela tanto apronta, que no final da noite, o que não está complicado está desfeito.
A primeira parte do filme parece meio "desconexa" do restante da trama, como se fosse somente uma introdução, uma ambientação ao que vem a seguir.
Tela preta: "Parte 2 - Claire". A irmã da noiva da primeira parte torna-se a persoangem principal agora, junto com seu marido e seu filho, que moram no mesmo local onde foi a festa de casamento de Justine.
Justine chega ao hotel, sem sequer conseguir se mover direito, para assistir com a irmã, o cunhado e o sobrinho, à passagem do planeta Melancholia pela Terra - "passagem". Pelo menos isso é o que os cientistas têm dito. Mas há entre os personagens um medo de que o planeta não "passe", e se choque contra a Terra.
"Melancolia" é um filme pesado e interessantíssimo, que trata de temas como a depressão, o isolamento, o amor maternal, com maestria. Sinto que vai ser um divisor de águas, assim como o último filme do diretor. E para quem não entendeu o título, "Anticristo" é o nome do último filme de Lars von Trier.
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