Não vai mudar nada.
É isso mesmo. Eu não sabia o que mudar, então não mudei nada '-' Mas tem uma coisinha especial. O Miguel me pediu pra fazer as ~review~ (q) dos meus quatro filmes preferidos de todos os tempos pra colocar aqui no site. Eu tentei pegar um filme de cada gênero. O Miguel pediu pra eu postar os quatro hoje de uma vez, mas como eu não respeito ele QQ eu vou postar um de cada vez e, se pá, ao longo da semana eu posto mais uma vez falando sobre um filme recente.
Por hora, fiquem com a crítica do meu filme de terror favorito (na verdade, é uma série).
Qual o seu filme de terror favorito?
Os filmes de terror sempre foram considerados inferiores, em parte pelo avanço dos gêneros gore e trash, que prezam mais pelo sangue jorrando do que pela história, em parte pelo desconhecimento do público das várias "categorias" do terror, como o slasher, o suspense espiritual, etc. Na década de 1990, o terror conheceu seu pior período. Todas as produções viviam do sucesso dos filmes da década passada, e o mercado só assistia o surgimento de continuações (péssimas, em sua maioria) e obras "novas" que, de novas, não tinham nada.
E foi nesse cenário desgastado que Wes Craven, diretor de "A Hora do Pesadelo" (ou, como a maioria conhece, "Os filmes do Freddy"), resolveu fazer um projeto de um gênero que também estava desgastado - assassinos psicopatas. Um filme sobre um monte de adolescentes que eram mortos, um por um, em que no final o assassino seria descoberto, e seria uma surpresa pra todo mundo. Um filme nos moldes de tudo aquilo que já tinha sido visto antes. Mas não era.
O primeiro roteiro era chamado apenas "Scary Movie" ("Filme Assustador", em tradução livre) - nome que, mais tarde, viria a ser da paródia do filme, conhecida no Brasil como "Todo Mundo Em Pânico". Favor não confundir.
"Scary Movie", que virou "Scream" ("Grite", "Grito"), caiu nas graças do público. De alguma forma, "Pânico", filme de 1996, conseguia prender a atenção no mistério de quem era o assassino, e o final não decepcionava. Um dos maiores méritos do filme, também, estava na metalinguagem - era um filme de terror que fazia gozações com outros filmes de terror, e seguia a mesma fórmula, mas mesmo assim encantava.
E assim, uma continuação não tardou a vir - de fato, veio no ano seguinte. Outra vantagem: o assassino era uma pessoa comum, que havia mesmo morrido, e não ia voltar à vida, como Freddy, Jason, Michael Myers. A continuação, então, era baseada em outro psicopata atacando os mesmos protagonistas - alguém querendo fazer uma continuação "na vida real". A metalinguagem chega a um outro nível com a série fictícia de filmes "Stab" ("A Punhalada") feita dentro de "Pânico 2", baseada em "Pânico". Eita.
Em 2000, foi lançado "Pânico 3", que fazia graça das trilogias. Como diz um dos personagens, "agora não existem mais regras", como é mostrado com a morte de um dos protagonistas na cena inicial. O problema de "Pânico 3" foi se preocupar demais com a metalinguagem e "de menos" com todo o resto do filme.
E assim a franquia acabou. Pelo menos aparentemente. Rumores de uma quarta parte rondaram desde o lançamento do terceiro filme, mas nada foi confirmado até o final da década, quando o próprio Wes Craven falou que fariam, sim, "Pânico 4". Em abril desse ano, foi lançado o filme, com a interessante frase de divulgação: "Nova década, novas regras".
Existe toda uma mitologia por volta da série "Pânico". A metalinguagem, o "assassino está no meio de nós", os sustos fáceis (ajudados pela trilha sonora), a série de filme-dentro-do-filme "Stab". Muitos filmes tentaram copiar essa fórmula - os exemplos mais clássicos sendo os filmes da série "Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado". Mas não só nenhum deles conseguiu alcançar tamanho sucesso, nenhum deles teve a mesma qualidade.
"Pânico" não depende só da fórmula. Depende, também, do roteiro muito bem escrito por Kevin Williamson, da direção muito bem realizada por Wes Craven, e, é claro, dos personagens principais vividos por Neve Campbell, Courtney Cox e David Arquette (esses dois, por sinal, se conheceram durante as filmagens e acabaram se casando, assim como seus personagens nos filmes).
E é tudo isso junto - a fórmula, o roteiro, a direção, o elenco - que fez com que a série ganhasse força e fãs por todo o mundo. A série "Pânico" é um exemplo de que existe, sim, terror que vale a pena, e que ele não vem só na forma de filmes sérios/cults, ou na forma de filmes absurdamente assustadores (não vou citar exemplos pra não me alongar demais).
"Pânico" é uma série que vale a pena. Aproveite o halloween e faça uma maratona com os quatro filmes, caso não tenha assistido ainda. Eu recomendo.
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